Tomei conhecimento da crônica através do relato do xará Oliveira. Atualmente, somos aposentados do Banco do Brasil. Em 2002 trabalhamos juntos na Agência Arapiraca. Curioso era o fato de que dos quatro homônimos existentes na lista de servidores da Instituição, dois estavam na mesma agência. João Neto Oliveira foi aluno do pioneiro Colégio Agrícola Floriano Peixoto, depois transformado em Escola Agrotécnica Federal de Satuba e, atualmente, Instituto Federal de Alagoas, no período 1978-1980, conforme seu depoimento.
Desde 2018 que os egressos vêm se encontrando regularmente em diferentes lugares. A próxima edição já tem local e data marcada: Será realizado em Traipu, no dia 14.12.2024.
"Região de concentração indígena, a palavra Traipu é de origem tupi, como mostra o especialista Teodoro Sampaio em seu abalizado dicionário. É uma corruptela de “ytira ypu”, que quer dizer “fonte de morro” ou “olho d'água do monte”. Em seus primórdios, durante o século XVII, era um morgado estabelecido na região pelo mestre de campo e grande proprietário de terras Pedro Gomes. Este deixou para seus descendentes seus bens vinculados, inclusive o nascente povoado que recebeu o nome de Porto da Folha. Em 1870, mudou a denominação para Traipu, empregada pelos índios da região. Curiosamente, em 1877, Santana do Ipanema pertencia à jurisdição de Traipu. Seus apelidos: "Terra entre morros", "Cidade dos Músicos" e "Cidade Maravilhosa".
Ao tomar conhecimento da morte do colega Alípio, o padre Motinha escreveu o texto que transcrevemos:
“A vida é dom, por isso é Graça...
Mas o sorriso do mundo também é graça...
E entre a Graça Divina e a graça do mundo, por razões diversas nos encontramos.
O tempo era diferente...
Como diferente era o mundo, com suas distâncias quilométricas... dias longos... E, o mais importante: menos competitivos!
Alguns poucos mais vividos, outros nem tanto... contudo, tínhamos objetivos comuns - prepararmo-nos para vida!
Começamos 120, em números exatos... é o que éramos.. hoje, quantos somos?
No momento, somos o silêncio de quem, com nó na garganta, numa vontade imensa de chorar, dizemos... somos menos um!
É assim que o mundo perde um pouco de sua graça... e, na esperança cristã, vai se abrindo para a Graça Divina, esperança nossa.
Mal saímos um pouco mais experientes e esperançosos, perdemos Derlane José Loureiro(†), salvo engano... depois dele foram outros se somando.
Quantos somos?
Menos um!
E mesmo com o nó na garganta, com lágrimas nos olhos, sempre guardamos de cada um que se antecipa ao pular a cerca da vida, o sorriso de graça... tanto da generosidade do momento, quanto da "mangação" de algum instante...
Aí me pergunto, não mais quantos, mas o que somos?
E... no silêncio dessa reflexão eu me dou conta: somos a soma dos encontros, dos dias bem vividos, do tempo que nos uniu e até da morte que nos separou.
Aliás, é para não deixar sepultar, senão os restos mortais dos que se foram, que temos que ser resultado do que deles guardamos e transmitiremos, em reto tom, como é próprio dos idosos que nos tornamos, nos encontros que a vida nos proporcionar, até que não mais sejamos por cá, guardando a esperança de por lá nos encontrarmos!
Somos hoje todos guardiões de um - ALÍPIO!
É, Alípio unido a todos que do outro lado o aguarda!
O que dizer: adeus, até logo, tchau?
Aguardemos... e nessa posição também nós SOMOS!”
Padre Antônio Melo de Almeida (Padre Motinha), novembro, 2024
Padre Motinha foi estudante da Escola Agrotécnica Federal de Satuba, no período de 1978-1980. Desde 2013 exerce o vicariato na paróquia de Nossa Senhora Divina Pastora do bairro Palmeira de Fora, de Palmeira dos Índios.
Fontes de referência:
Depoimento de João Neto Oliveira Melo, via WhatsApp, em 23.11.2024
Boa tarde Xará!
ResponderExcluirParabéns pela publicação...
Obrigado pela reprodução do texto do Padre Motinha e da homenagem feita ao grupo de colegas do Colégio Agrícola Floriano Peixoto, depois transformado em Escola Agrotécnica Federal de Satuba e, hoje, Instituto Federal de Alagoas-Campus Satuba.
Um abraço.
João Neto Oliveira
Turma 1978-1980
Excelente publicação! Várias histórias resumidas em único texto!👏👏
ResponderExcluirBoa tarde turma, como bem exemplificou o nosso padre Motinha, quantos somos e ainda por quanto tempo? A pouco tempo estávamos todos cheios de planos na escola e hoje, quantos deles realizamos ? Família, trabalho, e as amizades verdadeiras são esses os pilares da vida. Que Deus dê o conforto necessário para a família do nosso amigo ALÍPIO. Um abraço em todos Ginaldo.
ResponderExcluirParabéns confrade João Neto Felix por esta belíssima crônica. Nas andanças da vida, nos caminhos que os destinos nos levam acontece como aquela propaganda de colchão: um terço da nossa história esta ali, com nossos colegas de trabalho eles são a extensão do nosso lar da nossa família.
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