Waldo Santana, o rouxinol dos sertões

 



Orisvaldo Barbosa da Silva ( Waldo Santana ou Pangaré ) é natural de Olho D'água das Flores, nascido em 28.09.1958 e radicado em Santana do Ipanema desde a década de 1960. Foi o último dos sete filhos, de dona Corália Jovem Barbosa da Silva e seu José Barbosa Sobrinho (Barbeiro Zé Pixote). Casado com Ana Lúcia, pai de dois filhos, Édipo e Kléwerthon.

Em Santana do Ipanema, estudou no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e no Colégio Estadual Professor Mileno Ferreira, concluindo o curso científico no Colégio Quintela Cavalcante em Arapiraca.

Ainda adolescente percebeu que gostava de canto, mas sua timidez retardou suas apresentações públicas. Tivemos um grande amigo em comum, Marcos Francelino(†) que tocava violão e nos ensinou os primeiros acordes. No mesmo período desenvolveu habilidade para o desenho, mas não prosseguiu na arte.



"Independente", na década de 1970. Em pé:
Reinaldo, Gilmar, Jorge Timbó, Gresso, Ademir e Cláudio.
Agachados: Elias, Tico, Didi, Edmilson, Pangaré e Lulinha.


Na década de 1970, destacou-se como hábil jogador de futebol, atuando nos times locais “Ipiranguinha” de Bastião Amaral, juniores da equipe principal que depois se transformou no time “Independente”, que marcou o futebol local. Sua atuação no clube culminou com o convite para jogar no Sport Club do Recife, mas não foi autorizado pelos pais, frustrando sua expectativa de se tornar jogador profissional de futebol.



Em pé: Jacob, Adelmo, Edgard, Pangaré, Alvandir e Djalma Nobre( Alipípio) Agachados: Queóps, Adelmo, Mileno, Zé Luiz e Gil. 1978.


Enquanto esteve morando em Arapiraca, finalizando o curso científico, jogou profissionalmente no ASA por seis meses, em 1977. Em 1978 prestou concurso e ingressou na extinta CEAL-Companhia de Eletricidade de Alagoas, lotado em Santana do Ipanema, para onde retornou e trabalhou por 19 anos, quando se desligou no programa de demissão voluntária. Atualmente está aposentado como autônomo.

Ao longo do tempo foi firmando sua potente voz de barítono. O fato é que a música nos aproximou e nos anos 1980 era comum a gente se reunir para cantar e tocar nas casas dos amigos em comum.

Nos anos 1980 incentivado pelo radialista Adeilson Dantas da Rádio Correia do Sertão recebeu convite para cantar nos programas dominicais de auditório no Cine Alvorada, apresentado pelos radialistas Chico Soares, Wellington Costa(†) e Adeilson Dantas(†) tendo se destacado em todas as edições.

Em 1986, motivado pelo radialista Adeilson Dantas organizaram movimento para lançamento de compacto duplo, resultando na gravação de sua primeira canção autoral “Você Chegou”, (Clique para ouvir) incluída no compacto “Som em Quatro Tempos” gravada no estúdio Som Indústria e Comércio, selo Beverly, em Recife. No projeto também participaram: Dotinha (Washington Viana Alves), cantando canção de sua autoria “Novo Horizonte”; Dênis Marques, cantando “Galopando em Emoções”, de Clerisvaldo B.Chagas e Dênis e o próprio Adeilson, cantando “Colorida”, de Dotinha, Dênis e Adeilson.

Em 1990 lançou seu primeiro elepê "Waldo Santana” Vol.1, pelo selo “RBS”, contendo oito canções, das quais três, em parceria com o irmão Genivaldo Barbosa, duas com Walter P. Neto. O destaque do álbum foi “Obsessão” de sua autoria. (clique para ouvir)

Em 1993 lançou o segundo elepê “Waldo Santana - Pangaré” Lembrando Você Vol.2, selo Seleto, com dez canções. Mais uma vez, a parceria com o irmão Genivaldo Barbosa predomina. Incluiu ainda “Saudade”, música destaque de autoria do santanense Remi Bastos em homenagem à terra natal e “Eu Queria Saber”, de Manoel Barbosa. Naquele mesmo ano, fizemos parte da delegação que viajou a Canindé de São Francisco SE para divulgação do elepê. (Clique para ouvir)





Em 1994, novamente estivemos juntos na celebração de casamento dos jovens Francisléa S. Mendes e Flávio Henrique Silva na igreja da Sagrada Família. Na entrada da noiva na igreja o cantor interpretou com louvor a clássica versão a “Ave Maria” de Schubert, com o meu acompanhamento no violão.

Em abril de 1995, por ocasião da II Feira de Arte e Cultura realizada na Associação Atlética Banco do Brasil, que teve nossa coordenação e apresentação da radialista Wellington Costa(†), incluímos a canção “Branca” que teve sua emocionante performance no musical “Santana do Ipanema em canções”. Esta canção foi gravada por Francisco Petrônio(1923-2007) e era tocada antes das sessões do Cine Glória na década de 1950. No evento celebramos os 100 anos de cinema.

Eis os integrantes do musical: Waldo Santana voz e teclados, Dênis Marques (voz e violão), Benedito (contrabaixo), Jozenilda (voz), Maria Aparecida (voz), João Neto (voz e violão), Cida (voz), Senno e Sandro(voz), Arly Cardoso(voz), Euzébio Nascimento (*1972†1997) e a participação especial do grupo forrozeiro Trio Maravilha: Olivan (sanfoneiro), Tampinha (Antônio Ferreira Neto - *1958†2016) (triângulo) e Mariá (Zabumba). Os arranjos foram criação coletiva.

Canções do musical


Luar do Sertão (Catulo da Paixão Cearense) 100 anos de cinema - Interpretação Waldo Santana)

Branca (Zequinha de Abreu/Duque de Abrante) 100 anos de cinema - Interpretação de Waldo Santana)

Olhando Estrelas ( Look for a star Garry Miles - versão Paulo Rogério) 100 anos de cinema - Interpretação de Dênis Marques

Saudade de Santana (Márcio Pinto/Waldo Santana) Interpretação de Waldo Santana

Festa de Santana (Dotinha) Interpretação de João Neto

Acordo às Quatro (Marcondes Costa) - Interpretação de Euzébio Nascimento )

Santana do Ipanema ( José Batista/ Barbosa da Silva) Interpretação João Neto

Santana dos Meus Amores ( Remi Bastos ) Interpretação Dênis Marques

Santana ( Cícero França Campos - Lopreu)

Camoxinga ( Remi Bastos ) Interpretação Senno e Sandro

Saudade ( Remi Bastos ) Coral dos participantes.




Em 1998, gravou seu primeiro cedê "Waldo Santana - O Amor é Assim" cuja canção destaque foi “Por que chover no mar?” do santanense José Cândido da Silva (1927-2008), um dos compositores do clássico do cancioneiro nacional “Carcará”, em parceria com João do Vale, de quem era compadre.

Ainda em 1998 escrevi uma poesia em Recife, por ocasião de evento esportivo defendendo a AABB na JERAB - Jornada Esportiva Regional. No mesmo ano houve concurso de música do Banco do Brasil em comemoração dos 190 anos da Instituição. Tive a ideia de entregar a poesia para ser musicada pelo cantor. Fomos classificados entre as três canções alagoanas para a etapa nacional. Não ficamos entre os finalistas, contudo ficamos honrados com a participação. Título da canção: Espelho de mim (João Neto/Waldo Santana)



Em 2015, lançou o segundo cedê “Waldo Santana - Volta” contendo 18 músicas, gravadas no “Studio Silver”, Santana do Ipanema. Neste trabalho Genivaldo Barbosa volta a dividir a autoria de 4 canções, além da interpretação inédita da terceira faixa “O Teu Sorriso”. A música destaque foi “Santana eu amo você”, de Remi Bastos. O compositor ampliou e diversificou parcerias.

O próprio Remi Bastos confessa que o artista se tornou o maior intérprete de suas canções. De voz afinadíssima é reconhecido como grande cantor e compositor que optou por permanecer no torrão que o acolheu. Seu canto fortalece o ânimo na rudeza dos sertões e afaga a delicadeza do fim de tarde quando o sol se esconde no poente.


Fevereiro, 2023

Comentários

  1. Amigo Conterrâneo. Talentoso. Parabéns por nos relatar sua carreira Musical. Waldo Santana. Sertão em Canções.

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  2. Parabéns, João, por tanta pesquisa e riquezas de detalhes. Eu comprei uns 5 compactos que eles gravaram em 1986. Dei alguns de presente. Ainda lembro bem as músicas

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  3. Parabéns sou sua fã ,Deus abençoe sempre sua trajetória.

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  4. Ana Fábia Mendes07/02/2023, 08:12

    Viajei no tempo com as fotos. Parabéns por trazer um texto carregado de emoções e afetividade.

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