Rocha granítica é o que não falta em Santana do Ipanema. Aliás, a cidade é rodeada de maciços e elevações rochosas: Serra da Barriguda, Aguda, Remetedeira, Caiçara, Poço, Serrinha, Pelado, Camonga, Gugi, Macacos, Serrote e Gonçalinho. Se puder, ande sem pressa nas margens do rio Ipanema e você verá que ali é um verdadeiro parque de arte natural. São inúmeras rochas que formam figuras esculpidas pelas águas. Basta olhar e se deixar conduzir pela imaginação.
Bem pertinho da cidade, na margem direita da AL-130, o saudoso senhor Luiz Dantas, servidor público estadual, na década de 1970 comprou uma chácara. Multifacetado artista de olhar atento enxergou a forma de um sapo numa pedra na parte baixa da sua propriedade. Cuidou ele mesmo do desenho e da pintura e pouco tempo depois deu vida e imortalizou a rocha que se transformou num sapo de pedra que passou a ser a atração principal de quem trafegava pela rodovia.
O ponto turístico fica no sítio Barriguda e bem perto dali o povoado oferece pequenos bares e restaurantes para quem quer fugir das cidades do entorno nos fins de semana. Muitas outras formas se encontram nas estradas em rochas e vegetais secos e árvores mortas, mas faltam olhares que os revelem para enfeitar os nossos caminhos.
Muitas fotografias foram tiradas por turistas, curiosos e outros viajantes que se encostam à cerca de arame farpado e registram o marco artístico. Muitos inconformados pedem aos moradores da chácara para entrar na propriedade, para fotografar de perto e até escalar as costas do anfíbio.
Em 1981, a pedra do sapo foi palco das comemorações dos 10 anos do grupo carnavalesco santanense "Bloco do Sapo". Não faltaram as tradicionais fotos comemorativas dos integrantes da agremiação ao lado do anfíbio petrificado: Luiz de Barros “Neto”, Manoel Francisco de Souza “Mané Capiá”, Piolho (motorista), Carlos Alberto “Germano”, Ernandes Galego Baleado, Jurandir, Neto, Marcinho, Miguel Oliveira “Fio” (em pé) e Ademir de Melo Carvalho “Zé da Gata”, Paulo Décio, Aderval de Melo Carvalho, José Fernandes (Gerô da Perua da Pedra D'Água) e Humberto “Sebo”, dentre outros. As fotos foram registradas pelo carnavalesco “Seu Silva” (Sílvio Nascimento Melo).
Atualmente, mesmo a chácara não mais pertencendo aos herdeiros de Seu Luiz Dantas, a obra artística permanece viva na memória dos santanenses lembrando de que nessa vida tudo passa, mas a arte é imortal porque sua essência nasce da alma.
Junho de 2022
Excelente lembrança dessa pedra que também já fez parte do meu deleite. Impossível viajar entre Olho D'água das Flores e Santana do Ipanema e não lembrar, buscar e contemplar. Parabéns!!!
ResponderExcluirValeu Joselito. Grato.
ExcluirEita, João. Boa lembrança. Estive aí no sítio. Fui recebido pelo senhor Luiz Dantas. Além de nós mostrar a famosa "pedra do sapo", ainda nos presentou com umas variedades de pimenta...boas lembranças
ResponderExcluirEita, valeu pelo testemunho.
ExcluirMuito bom . Excelente texto, João. Saudade !
ResponderExcluirValeu. Grato pela leitura e comentário.
ExcluirAnônimo acima☝️ Zecarlos!
ResponderExcluirLembro-me bem desse ponto turístico! Valeu pela recordação!!!
ResponderExcluirFernando, não tem como esquecer!! Valeu!
ExcluirEstou encantada com esse Blog. 😊 Riquíssimo em conhecimento!!!
ResponderExcluirAproveite. Valeu!
ExcluirBoa noite!
ResponderExcluirMuito bom Xará...
Hoje, esse cenário faz parte da minha rotina, quase que diária...é que estou ficando mais tempo numa chácara que fica a 2 km da Pedra do Sapo...
Dentre os citados, do Bloco, além dos colegas de Banco, parentes faziam parte: Miguel (Fio), José Fernandes (Gerô da Perua) e Carlos Alberto (Germano), os dois últimos in memória.
Abraço
João Neto Oliveira
Xará, são muitas lembranças. Valeu!
ExcluirBem lembrado Seu Luiz Dantas de saudosa memória e a sua criação.
ResponderExcluirParabéns, João de Liô, pela crônica.
Valeu Xará. Grato.
Excluirsempre é bom reviver, parabéns João de seu Liô
ResponderExcluirExcelente crônica, parabéns!
ResponderExcluirObrigado pela leitura e comentário.
ExcluirGrande João Neto, parabéns, excelente lembrança. Gostava muito de sentar com o saudoso Luiz Dantas para escutar e aprender algo da vida, pessoa de muito conhecimento, tal qual o saudoso Darras Noya. Sem deixar de lembrar: Genival Tenório, Valter de Marinheiro, Zé Pinto Preto, Miguel da barriguda, pessoas que nos abrilhantavam com seus “causos”, tbem Seu Liô, boas prosas. Grande Abraço na Família. Seu amigo Neto BB
ResponderExcluirEita Neto, que legal rapaz encontrar você por aqui. Obrigado pelas referências. Grande abraço.
ExcluirExcelente crônica! Bravo! Bravo! Ao nosso cronista pela recordação prazerosa, pelo resgate histórico do multifacetado artista plástico saudoso Luiz Dantas. Duas colocações podemos fazer das nossas impressões pessoais:, a faixa e a indumentária do bloco foram pintadas por mim que vivia dessa arte a época. O cidadão que aparece ao lado de nosso Capiá é o saudoso motorista "Piolho". ass Fábio Campos
ResponderExcluirEita Fábio que legal seu registro com estas informações. Valeu! Grato.
ExcluirExcelente resgate, João Neto, do Sr Luiz Dantas de talento multiplo, oferecendo à nossa terra sua arte expressa também nos carros alegóricos da Escola de Samba Juventude no Ritmo. Quem lembra do ano em que confeccionou um pequeno avião com o Santos Dumont que girava à cabeça, para os lados, à proporção que o carro alegórico avançava? Homem simples, mas um artista plástico, designer, pintor e marceneiro de olhar detalhista. Parabéns, João Neto pela crônica
ResponderExcluirSilvio Melo
ResponderExcluirObrigado Seu Silva pela contribuição.
ExcluirQue maravilha, João! Amei seu texto e principalmente, a importância do seu registro, legitimando e enchendo as páginas da história de Santana do Ipanema. Grande compromisso o seu. Parabéns mais uma vez!
ResponderExcluirObrigado amiga. Como diz o escritor Capiá: "Nossa história precisa ser contada".
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