Amabílio Bulhões: o músico virtuoso !

 




Nasceu em Traipu, em 11.12.1906, filho de Henrique Francisco de Bulhões e de Teresa de Bulhões. Mudou-se aos dois anos de idade para Santana do Ipanema, cidade que foi sua referência afetiva de toda sua infância e grande parte da adolescência.

Consta do livro “Festas de Santana” (1970), mais precisamente do capítulo “Em tempo de retretas”, do escritor Djalma Carvalho, aproximadamente em 1918, na localidade de Capim, atual cidade de Olivença, o político Joel Marques, primeiro prefeito eleito da cidade de Santana do Ipanema, organiza uma bandinha, com cerca de quinze instrumentos. Cada instrumento pertencia ao próprio integrante. Dentre eles, Jonas Aragão, Amabílio e Miguel Bulhões(irmãos), Pedrinho Preto e Jovino Azevedo. A agremiação musical, contando com músicos natos, tomou impulso. Criou fama nas redondezas, a ponto de ser convidada para abrilhantar a festa de Santana do ano de 1920, recebendo muitos elogios. Inclusive, fez sucesso em carnavais da época.

Preparava-se o país para comemorar o centenário da Independência. Em Santana do Ipanema, sede do município, haveria solenidades alusivas à magna data. Benedito Melo, político e entusiasta por banda de música, mais tarde prefeito do município, resolveu formar uma banda de música para as comemorações do dia 7 de setembro de 1922. Para isso, foram recrutados os componentes da aludida bandinha do povoado do Capim, reforçada pelos músicos nativos: Manoel Vicente da Costa, Benedito Propício da Rocha, Manoel Ferreira dos Santos, João Lima, Virgílio de Sinhá, Coriolano Amaral, Lourival Amaral, Maherbal Aquino, Pedro Calado, Lucas Farias, Jorge Firmo de Melo, Diom Abreu e Manoel Panta. Surgiu, assim, a Filarmônica Santanense, popularmente conhecida por "Aratanha", sob a regência de Jovino Azevedo ou “Jovino Sebança”.

Aos 18 anos partiu para o Rio de Janeiro, onde seguiu carreira militar e de professor de música, diplomado pela Escola Nacional de Música em 1944. Foi aluno do renomado maestro Heitor Villa Lobos.


Santana do Ipanema ficou em seu coração por toda a vida, tendo retornado, algumas vezes, após sua transferência para o Rio de Janeiro.

Destacou-se no posto de contramestre da banda do 3º regimento da Infantaria da Praia Vermelha, do Rio de Janeiro, sendo 1º colocado em concurso, tendo superado outros 34 músicos de igual qualidade.

Escreveu livros didáticos sobre canto orfeônico para escolas públicas e privadas do Rio de janeiro. Compôs inúmeras peças musicais de acordo com o Instituto Memória Musical Brasileira.










Amabílio e Hélio são filhos do primeiro casamento com a senhora Lia. Marília é filha do segundo casamento com a senhora Silene, após a viuvez.

Faleceu em 03.04.2006 em Niterói RJ. Pelo seu legado à música, a Academia Santanense de Letras, Ciências e Artes o elegeu patrono de uma de suas cadeiras.

Composições registradas do Instituto Memória Musical Brasileira e no Instituto Moreira Sales, portal da discografia brasileira.

        

 

 Música

Compositor(es)

Ano

 Disco

 Tipo

Intérpretes

A Moça do Cinquenta e Dois

Nicola Bruni / Amabílio Bulhões

 

1942

78 RPM

78 RPM

De Morais

 

Coronel Souza Aguiar

Amabílio Bulhões

 

1957

78 RPM

78 RPM

Banda do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal

 

Coronel Souza Aguiar

Amabílio Bulhões

 

1959

Dobrados - Banda do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal

LP

Banda do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal

 

Vamos Entrar No Samba

Amabílio Bulhões

 

1931

78 RPM

78 RPM

Leonel Faria

 



Conheça o dobrado "Coronel Souza Aguiar" (Clique aqui) 






Novembro, 2021

 

Fontes de referência:

Carvalho, Djalma de Melo. Festa de Santana. 1970;

Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB),

https://immub.org/compositor/amabilio-bulhoes, acessado em 09.11.2021;

Instituto Moreira Sales https://www.discografiabrasileira.com.br/en/artist/51422/amabilio-bulhoes

Comentários

  1. Precisamos resgatar nossa história. Parabéns, João Neto.

    ResponderExcluir
  2. João, belo resgate de nossa história. Pelo que eu me lembro, Santana tem duas famílias dos "Bulhões"...uma que, inclusive, dava nome a uma ponte, a ponte dos "Bulhões", a qual ficava já no final do bairro
    Camoxinga e iniciava o bairro Monumento. A outra família é eminentemente política. Um de seus partícipes, já foi, inclusive, governador de Alagoas. Pelo que analiso, essa família daí, foi a dos Bulhões do lado da ponte, estou certo?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É a mesma família. Filhos de Dona Aquilina (Dona Maezinha) Geraldo, Isnaldo, Eraldo, Henaldo e Tereza. Amabílio, Miguel e Aquilina Bulhões são irmãos. Valeu!!

      Excluir
  3. Parabéns, João de Liou , por mais esse resgate dos personagens que compõem a nossa história, dessa vez o Maestro Amabílio, irmão de Marestro Miguel Bulhões..
    Muito enriquecedora essa biografia.
    Parabéns!!

    ResponderExcluir
  4. Descobri teu blog agora sou seguidor, muito bom

    ResponderExcluir
  5. Ana Carolina Bulhões15/12/2022, 20:49

    Amabílio Bulhões era meu bisavô. Obrigada por registrar sua história. Emocionante!

    ResponderExcluir

Postar um comentário