Nessa época
a fotografia era o hobby preferido do Fernando. Concluiu o ensino fundamental
na Escola Ormindo Barros, no bairro Camoxinga. Conheceu a santanense Maria Inês
Moura Tavares e se casaram em 1984. Tiveram quatro filhos: Clebyson (1984),
Fernanda (1985), Camila (1988) e Dyego (1990).
Com o falecimento do tio Amaro em 1989 e o
fechamento do negócio pela família, a fotografia evoluiu de hobby à profissão. Já
muito conhecido pelo trabalho comerciário, foi divulgando a nova atividade e se
fazendo presente nos eventos comemorativos até se consolidar como fotógrafo,
tornando-se um dos mais requisitados da cidade pelo seu zelo com a profissão e
respeito aos clientes.
Fernando era fotógrafo carismático, bem
relacionado e disposto a novas experiências tecnológicas. Em 1991 residia na
rua Ormindo Barros, bem próximo da AABB-Associação Atlética Banco do Brasil que
estava realizando a I Feira de Cultura, atraindo muita gente e, consequentemente,
fotógrafos. Dentre os trabalhos apresentados na feira a exposição fotográfica
era uma das alas mais visitadas pelo público, exigindo da organização
permanente melhoria da qualidade das fotos apresentadas. Nessa época conhecemos o Fernando.
À época já havia sido iniciada pesquisa
fotográfica com visitas a santanenses que detinham acervos relevantes, dentre
os quais: Alberto Agra, Carlos Gabriel da Silva (Carrito), Maria de Lourdes
Agra, Maria da Luz Oliveira, José Peixoto Noya (Zé Neto) herdeiro do acervo de
Darras Noya, dentre outros, pelo diretor social da AABB e responsável pela organização
da feira de cultura João Neto Felix Mendes com intuito de obter por empréstimo para reprodução e inclusão na coleção
exposta.
As fotos cedidas para o delicado trabalho foram confiadas ao
Fernando que, com auxílio de lentes especiais, as reproduziu e transformou
em cópias impressas no formato 20x28cm que se tornou tamanho padrão neste trabalho. Após as devoluções das originais, foram
catalogadas mais de 130 fotos de relevante valor histórico, a partir do
início do século XX. É importante registrar que as fotos foram
devolvidas aos donos sem nenhuma ocorrência de extravio.
Em seguida firmamos parceria com o editor do
portal maltanet, José Malta Fontes Neto para digitalização dos exemplares visto que era a único prestador de serviço que dispunha de tecnologia adequada para o trabalho e que
se dispôs a contribuir com o processo. Bom para a história.
Atualmente o acervo contém mais de mil fotos históricas.
A partir daí as cópias puderam ser expostas nas
novas edições das feiras de cultura com qualidade superior, empréstimo das cópias
digitais aos populares que sempre procuravam para trabalhos escolares e publicações diversas,
além de cópias expostas em bares e restaurantes e no museu histórico e de artes
Darras Noya. Estava concretizada a preservação da
memória fotográfica de Santana do Ipanema com a participação direta do homenageado. Atualmente vemos milhares de cópias compartilhadas nas redes sociais.
Em 1999 Fernando foi diagnosticado com
insuficiência renal crônica, iniciando longa peregrinação no tratamento médico
que durou treze anos. O recurso terapêutico era difícil. Exigia deslocamento à Santa
Casa de Misericórdia em Maceió três vezes por semana. Cada sessão de
hemodiálise durava quatro horas. Para encurtar às longas viagens, conseguiu
transferência para o hospital Santa Rita em Palmeira dos Índios, entretanto, contratempos
obrigaram-no a retornar ao hospital sanatório em Maceió.
Em um dia comum de tratamento no dia 18.09.2012 o quadro se agravou, sendo levado às pressas à unidade de tratamento intensivo, ficando internado por 19 dias, chegando a óbito em 07.10.2012. Seu nome está registrado na história como grande colaborador da cultura santanense.
Junho de 2021
Post
scriptum: Nossos agradecimentos aos familiares do Fernando e do Amaro Caetano pelo
fornecimento de informações e fotografias.
Ao iniciar a leitura desta crônica, pensei tratar-se de outro outro fotógrafo de mesmo nome, de trajetória semelhante, também sendo comerciante, tendo paralela a profissão da fotografia. Ao ver as fotos, lembranças vieiram fortes, de uma pessoa carismática, extrovertida, bem-humorada, dono de um grande coração. A informação do seu falecimento só dita no final, surpreendeu-me, pois tinha esperança de que ainda estivesse entre nós. ass: Fabio Campos.
ResponderExcluirObrigado amigo e confrade Fábio Campos pela assídua leitura e comentário. Fernando era um grande profissional e uma grande pessoa. Não sou marcou a vida de muita gente, como também a cultura santanense. Jamais morrerá quem permanece vivo no coração e na lembrança daqueles que o conheceram.
ExcluirFernando fotógrafo, como chamávamos no meu tempo. Tive o grande prazer de conversar por horas com Fernando, ainda lembro o timbre da voz dele que chegava a estremecer meus tímpanos quando a conversar evoluía para uma sonora gargalhada. Como era legal conversar com ele e saber de seus projetos e alto estima, me tornei cliente e sempre o requisitava para registrar batizados dos meus afilhados. Depois tevi o prazer de ter o filho dele mais velho Klebyson, me auxiliando no escritório da paróquia de Senhora Sant'Ana e ter uma amizade muito respeitosa com Fernanda, que foi companheira de curso magistério. Faço aqui meus agradecimentos a João Neto, pessoa dedicada em colocar em evidência pessoas tão importantes para a história de nossa terra. Agradecimentos mil!!!!
ResponderExcluirObrigado pela gentileza de suas palavras. Fernando jamais será esquecido na história santanense. Nem ele sabia direito da importância do trabalho que estava fazendo. Foi uma parceria que garantiu a preservação de memória fotográfica de Santana do Ipanema.
ExcluirMuito bom seu trabalho de resgate dessas pessaos que marcaram de alguma forma o cotidiano de Santana do Ipanema.
ResponderExcluirNão conhecia a trajetória fotográfica de Fernando, sobrinho de Amaro..
Uma escalada de persistência naquilo que acreditava.
Parabéns, Xará!!
Xará, obrigado pela leitura e comentário.
Excluir