José Domício da Silva (Zezinho Fotógrafo) nasceu na cidade de Garanhuns em 23.10.1923. Chegou a Santana do Ipanema, em 1947. Casou-se com a senhora Antonieta Ricardo da Silva, em 1949. Moraram na Rua Benedito Melo 203. Fotógrafo profissional, seu estúdio era na própria residência. Seu Zezinho era responsável pelo processo de revelação, incluindo monóculos. Monóculo é uma peça fabricada em PS (Poliestireno) injetado, um tipo de plástico. Com o formato cônico, uma extremidade continha uma imagem (foto) e a outra extremidade uma lente de aumento para visualização. Muitos fotógrafos ganhavam a vida tirando fotos e as colocando em monóculos. Mudou-se para o Rio de Janeiro e se estabeleceu na cidade de São Gonçalo em 1977. Aposentou-se por invalidez em decorrência de doença contraída devido à manipulação dos produtos químicos que utilizava na revelação fotográfica. Seus filhos: Albino Ricardo Silva (marinheiro), Adenilzon Ricardo Silva (marinheiro), falecido e Evanize Ricardo Silva, agricultora. Foi avô de 6 netos e 3 bisnetos, enquanto ainda vivo. Faleceu em 21 de março de 1999, na cidade de São Luís do Maranhão, com 76 anos de idade, em decorrência de derrame cerebral, quando estava a passeio. Foi sepultado na capital maranhense como era seu desejo. Confessa Luiz Antônio de Farias (Capiá) que o seu gosto pela fotografia foi herdado do seu pai Zeca Ricardo, desde a mais tenra idade. As fotos por ele tiradas, ainda quando a família morava no Riacho Grande, eram reveladas em Santana. Quando a família veio morar de forma definitiva na cidade, conheceu o fotógrafo que revelava as fotos de Seu Zeca Ricardo. O profissional habilidoso era Zezinho Fotógrafo, que era casado com Antonieta Ricardo, prima do pai e filha do tio-avô, Emídio Ricardo, fazendeiro nas terras da Laje Grande. Por conta da amizade que travei com Zezinho, consolidou o prazer de fotografar, hobby que cultivou por muito tempo. Além das fotografias para documentos e eventos, recorda que ele fotografava prédios, ruas e monumentos da cidade e sempre o contemplava com cópias, que as guardou por muito tempo. Muitas foram extraviadas, deixando sem registro parte da memória fotográfica local. Rua Barão do Rio Branco(calçada alta) Diz ainda Capiá que na década de 50, Zezinho residia na rua da calçada alta (como era chamada) que dá acesso ao bairro Camoxinga, nomeada de rua Barão do Rio Branco. Não se pode afirmar que ele tenha sido o pioneiro, porque existem registros fotográficos de tempos anteriores, no entanto o considero o mais importante. Não se deixa de reconhecer a importância de Darras Noya, visto que era fotógrafo por diletantismo. O grande mérito de Darras foi preservar todo o acervo, que foi herdado por seu filho José Peixoto Noya (Zé Neto). Atualmente o acervo encontra-se digitalizado e compartilhado nas redes sociais. Fotografia da torre da igreja Senhora Santana. De autoria de Zezinho Fotógrafo. A chegada de Zezinho em Santana em 1947, coincide com a conclusão da terceira e última grande reforma na igreja matriz de Senhora Santana, com a construção da imponente torre de trinta e cinco metros de altura iniciada pelo padre Bulhões e concluída pelo padre Fernando Medeiros. Esse fato fez grande diferença na arte de fotografar das alturas com grande amplitude panorâmica dos principais aspectos evolutivos do centro da cidade e arredores. Muitas das principais fotos da cidade do século passado dessa perspectiva foram clicadas por Seu Zezinho. Foto da torre da igreja Senhora Santana. De autoria de Zezinho Fotógrafo. Que seja este breve registro biográfico represente o reconhecimento do povo santanense ao primoroso trabalho que Seu Zezinho prestou à história fotográfica de Santana do Ipanema. Nossos agradecimentos aos seus familiares e descendentes. Sua memória estará sempre presente! |
Maio de 2021
Sempre indo buscar a memória de nossa história. muito bom Joao
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
ExcluirFotografia tem um "quê " de magia, na eternalização de um momento das vidas envolvidas, além do inegável valor que, a posteriori, ajuda-nos a montar o quebra-cabeça da história de famílias e civilizações. Hoje, com a facilidade das câmeras digitais em nossos celulares não percebemos mais o glamour que tinham as relíquias do tempo do "lambe-lambe", mas ainda assim nos dão um enorme fascínio quando temos diante de nossos olhos as imagens. Sempre louvo esses amantes da fotografias de outrora, que nos deixaram essas relíquias e despertaram a tantos para a continuidade da arte.
ResponderExcluirFernando, a fotografia eterniza memórias. Obrigado!
ExcluirA imagem de Zezinho Fotógrafo me fez recordar de Ulisses de França Braga, vulgo Braguinha ou Clarinete, outro amante da fotografia, da música, das letras, das artes em geral. Um visionário de seu tempo.
ResponderExcluirParabéns, João, pelo resgate de outra figura rara na história da região.
Hayton, trabalhei com Ulisses enquanto menor aprendiz em Santana, no período 1975-1978. Recordo que ele exibia filmes da AABB, semanalmente, com um projetor de 16mm. O nome de Ulisses é citado em outro texto constante deste blog: Contextualização e memória do cinema santanense. Obrigado pela lembrança.
ExcluirParabéns, João de Liô por mais esse registro e resgate dos feitos de Seu Zezinho Fotógrafo , pessoa importantíssima no registro fotográfico de Santana do Ipanema..
ResponderExcluirValeu Xará. Obrigado pela leitura e comentário.
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