1895. Criação do cinema pelos franceses, Irmãos Lumière. Família de empresários do ramo de material fotográfico.
1912. A expressão “Sétima Arte” foi criada pelo italiano Ricciotto Canuto. Ele percebeu que o cinema traria uma revolução cultural ao século XX, uma vez que em si mesmo, reunia as outras seis artes já conhecidas: dança, teatro, música, literatura, pintura e a escultura.
Zé Francisco, o pioneiro |
1953. Cine Glória. Proprietários Domingos Benevides e Napoleão, protético que morou muitos anos em Santana. Depois, o cinema foi adquirido pelo Sr. Tibúrcio Soares. Provavelmente o primeiro filme exibido foi “O Príncipe e o Mendigo”.
1954. Cine Glória localizado à Rua Cel. Lucena, passou por reforma e funcionou, provisoriamente, à Rua N. Sra. De Fátima, defronte ao atual prédio do restaurante xokant’s. No local do antigo cinema, atualmente funciona loja comercial “A Insinuante”. Cinema foi vendido ao Sr. Tibúrcio Soares.
1962. Construção do Cine Alvorada pelo Sr. Tibúrcio Soares, idêntico ao Cine Albatroz existente em Recife, no bairro Casa Amarela. Localizado à Praça Manoel Rodrigues da Rocha. Foi vendido ao empresário e ex-prefeito Paulo Ferreira de Andrade. Foi igreja evangélica e atualmente funciona loja comercial Santana Center. Prédio original foi totalmente descaracterizado.
1964. Construção do Cine Wanger, de Walter Rodrigues do Amaral (Walter de Marinheiro), localizado a rua Pedro Brandão, no bairro Camoxinga. Empreendimento concorrente do Cine Alvorada.
Amor em Quatro Tempos, 1970. Direção de Vander Sílvio, Musical. Nestor e
Adnor Pitanga foram atores;
Jardim de Guerra, 1970. Direção de Neville de Almeida. Drama. Atuação como foi
assistente cinematográfico;
Manhã Cinzenta, 1969. Direção de Olney São Paulo. Documentário. Drama. Nestor foi
ator;
A Opinião Pública, 1967. Direção de Arnaldo Jabor. Documentário. Nestor foi diretor de
fotografia;
Primeiro longa-metragem dirigido por Arnaldo Jabor,
o documentário é considerado o primeiro filme brasileiro do chamado “cinema
verdade”, mostrando entrevistas com anônimos nas ruas do Rio de Janeiro. São
pessoas da classe média que, em plena ditadura militar dos anos 1960, confessam
seus medos e aspirações e revelam sua alienação política.
Ficha técnica: Direção: Arnaldo Jabor; diretor assistente: Vladimir Carvalho; roteiro: Carlos Drummond de Andrade e Arnaldo Jabor; fotografia: Ivo Campos, João Carlos Horta, Dib Lutfi, José Medeiros, Nestor Noya; Produção: Jorge da Cunha Lima, Luiz Fernando Goulart, Arnaldo Jabor e Nelson Pereira dos Santos.
Em Busca do Tesouro, 1967. Direção de Carlos Alberto de Souza Barros. Comédia. Nestor foi assistente de diretor.
Prêmio Coruja de
Ouro (1971) do Instituto Nacional de Cinema (INC) de melhor fotografia em preto
e branco. A Cinemateca Brasileira não possui este filme, mas dispõe informações
sobre ele. (Clique para assistir)
SINOPSE: Após a morte do marido, Geracina e seus três filhos dependem apenas de um cavalo como fonte de sustento. Com a seca que assola a região, o fazendeiro manda fechar a única fonte de água das redondezas. Ao tentar violar a cacimba para dar água ao cavalo, o filho mais velho é assassinado. A viúva apela para a Justiça, mas o juiz, comprado pelo fazendeiro, absolve-o. Mãe e filho abandonam a região e quando o filho caçula, atinge a maioridade, a mãe incita-o contra o fazendeiro para vingar a morte do irmão.
FICHA TÉCNICA. Direção e roteiro: Aécio de Andrade. Direção de fotografia e câmera: José de Almeida. Direção de produção: Arnaldo Bastos Santos e Guilherme Barreto. Companhias produtoras: Caetés Filmes do Brasil Ltda. e Kratex Produtora Cinematográfica Ltda. Elenco: Margarida Cardoso, José Mendes, Maurino Alves, Antônio Carnera, Francisco Santos, Vandik Vandré, Walter Bumucha, Guilherme Barreto, Sabino Romariz, Conrado Veiga, Valberto Souza, César Rodrigues, Márcio Rios, Everaldo Liziário, André Mendes, Cid Nilo Souza, Sidney Cafuringa Souza, Alberico Aranda, Arnaldo Santos, Antonio Monteiro de Souza, George Leopoldino, Valdomiro Gomes, José Raimundo, Pe. Alberto Oliveira, Luiz Roberto Magalhães, Eugene Mendes. Produção executiva: José Wanderley Lopes. Produtor associado: Aécio de Andrade, Sebastião Ferreira, Guilherme Barreto, Pedro Ferreira Lima, Arnaldo B. Santos, Paulo F. de Andrade, Francisco M. de Oliveira. Assistência de direção: Adnor Pitanga e José Mendes. Continuidade: Dayse Santos Vale. Assistência de câmera: Carlos Alberto Totes. Engenharia de som: Aloísio Vianna. Montagem: João Ramiro Mello. Direção de arte Letreiros: Walter Carvalho. Maquiagem: José Mendes. Trilha musical: Pedro Santos. Regente Maestro: Pedro Canção Santos. Autores das canções “Formação de bando” e “Tema de Geracina”: Pedro Santos e Marcos Vinicius.
1971. Nestor Noya, mudou-se para Brasília para realizar seu sonho de estudar cinema na UNB-Universidade de Brasília, mas não chegou a concluir. Ditadura fechou a Universidade e vários estudantes foram expulsos do País e outros partiram para autoexílio, inclusive Nestor.
1972. Documentário sobre “A Festa do Feijão”, produzido pela Caetés Filmes do Brasil. Documentário foi extraviado. Filme apresentava gravação dos principais momentos da “Festa Nacional do Feijão”; desfile de carros alegóricos das cidades participantes, simulando desenvolvimento da cultura do plantio até a colheita, bem como da escolha da rainha da festa.
1972. Cinema itinerante funcionou no prédio da “Sede dos Artistas”, localizado à Rua Pref. Adeildo N. Marques. Demolido.
1973. Nestor Noya (1940-2016) vai à Polônia estudar cinema na conceituada Faculdade de Cinema, mas fica na Suécia. Radicou-se no País, exercendo a profissão de fotógrafo profissional junto ao Governo Sueco, no Instituto da Deficiência. Leia sobre sua trajetória na crônica “A volta pra casa”. (clique para ler)
1995. Durante Feira de Cultura Realizada na AABB, foi realizado o musical “As Músicas de Santana do Ipanema” incluindo homenagem aos 100 anos de cinema com as músicas consagradas na espera das sessões do Cine Alvorada, entre elas, “Olhando Estrelas”, gravada por Roberto Carlos.
Homem de confiança
de Padre Cícero, o fotógrafo libanês Benjamin Abrahão, parte de Juazeiro, no
Ceará, nos anos 30, para levantar recursos e filmar Lampião e seu bando. Graças
à sua habilidade para estabelecer contatos, Benjamim localiza o cangaceiro e
registra o cotidiano do grupo. O filme, no entanto, é proibido pela ditadura do
governo de Getúlio Vargas, durante o Estado Novo. Tempos depois, o Libanês foi
assassinado brutalmente com arma branca, sem que se saiba quem foi o verdadeiro
culpado.
Vencedor de cinco
prêmios no Festival de Brasília de 1996: melhor filme, direção de arte, ator
coadjuvante (Aramis Trindade), prêmio jovem cineasta Unesco (Lírio Ferreira e
Paulo Caldas) e prêmio da crítica. A trilha sonora leva a assinatura de Chico
Science, Fred Zero Quatro, Siba e Lúcio Maia, que participaram do filme desde o
roteiro. As músicas começaram a ser compostas já nessa época, o que
possibilitou a criação de doze temas no melhor estilo do “mangue beat”,
utilizadas também na trilha incidental com algumas variações.
1997. Publicação do conto “Quatro Mortes e Nenhum Funeral” de João Neto Felix Mendes. Conto relata a magia do cinema, do drama do Dema, projecionista do Cine Alvorada e da empreitada da recuperação o filme, “A Volta Pela Estrada da Violência” e do documentário “A Festa do Feijão”. Disponível neste blog. Leia. (clique para ler)
2008. Santana recebeu a 6ª Edição do Projeto Cine Sesi Cultural, na Praça Senador Enéas Araújo. A exibição dos curtas "Até o Sol Raiá" e "Veio", de Pernambuco e a animação "Vida Maria", do Ceará. Os longas "Tapete Vermelho", "O Ano em que meus Pais saíram de Férias" de São Paulo, além, da animação infantil "Robôs".
2010. Santana do Ipanema, recebeu a 9ª edição do Projeto Cine Sesi Cultural, onde a população assistiu aos filmes “Se eu fosse você 2, Pequenas Histórias e A Era do Gelo 3. Também foram exibidos os curtas: Os Filmes que Eu Não Fiz, Vida Maria e Josué e o Pé de Macaxeira.”
2012. Pedro da Rocha, documentarista e cineasta Alagoano com cerca de 30 filmes lançados, entre médias e curtas metragens. Pedro foi agraciado com a comenda da Ordem do Mérito dos Palmares, grau Cavaleiro, concedido pelo Governo do Estado de Alagoas pelos relevantes trabalhos em prol da memória de personalidades alagoanas através dos documentários e registros cinematográficos.
2012. Documentário “Memórias de uma Saga Caeté” de Pedro da Rocha, coprodução Marcello Fausto e Vera Rocha. Filme revisitou produtores, atores/personagens do filme e pessoas da cidade sobre as memórias afetivas do filme “A Volta pela Estrada da Violência”. Filme está disponível no youtube no canal do cineasta Pedro da Rocha. (Clique para assistir)
2012. Exibição do documentário “Memórias de Uma Saga Caeté” durante a III Mostra Sururu de Cinema Alagoano, em Maceió, no Cine Arte Pajuçara, com a presença da produção.
2013. Recuperação do Filme “A Volta Pela Estrada da Violência”. O longa-metragem foi recuperado a partir de uma cópia de 16mm e está disponível no Youtube, no canal do cineasta Pedro da Rocha.
2015. Divulgação no Youtube do filme “A Volta pela Estrada da Violência” pelo Sr. Arnaldo Bastos. Seu pai fez parte da produção executiva do filme, Sr. Arnaldo B. Santos.
2016. Nestor Noya (1940-2016) Falecimento. Aposentado como fotógrafo, faleceu em Estocolmo, Suécia. As cinzas vieram para Santana e foram sepultadas no túmulo da família em 05/2017.
2017. Cinema Vereador Marciano do Couro promoveu sessão itinerante de cinema na creche Santa Quitéria no bairro da Floresta, filme voltado para o público infantil.
2017. Boticário traz a magia do cinema para Santana do Ipanema. Projeto Viva Linda Itinerante reúne convidados para exibição de filmes em praça pública.
Economista de
formação, Funcionário Público Federal, trabalhou no DNER, atual DNIT. Professor
de Matemática no Colégio Estadual Professor Deraldo Campos, atualmente Mileno
Ferreira. Durante muitos anos defendeu o sepultamento digno dos restos mortais
de seu pai. Na edição nº50 da revista de 1967 “O Cruzeiro”, foi publicada
matéria com entrevista de Sílvio solicitando as autoridades o sepultamento da
cabeça do cangaceiro Cristino Gomes da Silva Cleto, vulgo “Corisco”, exposto no
Museu Nina Rodrigues em Salvador. Sílvio foi a evento em São Paulo, como membro
da Convenção Cultural das Câmaras Júnior, defendendo a sepultura dos restos
mortais de Corisco. Em 23.05.2013 lançou cinzas ao mar em Maceió AL.
2017. Exibição do documentário “O Mar de Corisco”, como filme convidado, no encerramento da VIII Mostra Sururu de Cinema Alagoano, em Maceió, no Cine Arte Pajuçara, com a presença de Sílvio e produção.
2018. Foi realizada mais uma edição, do projeto “Cinema do Vereador”, ação do parlamentar Marciano dos Santos (PPS), o popular “Marciano do Couro”. A sessão de cinema ao ar livre foi no bairro do Lajeiro Grande. Foi exibido o filme nacional “Narradores de Javé” (2003), de direção de Eliane Caffé. O projeto já passou pela Lagoa do Junco, Povoado Óleo, bairro Floresta e Sítio Camoxinga.
2018. Por iniciativa do projeto Cine Sesi Cultural, na sua 12ª edição, foram exibidos filmes, na Avenida Dr. Arsênio Moreira, defronte ao prédio dos Correios. Programação aconteceu nos dias 24 e 25.03.18
Filmes exibidos:
Sexta-feira
curta da oficina de animação produzido em Traipu AL (2018), curta-metragem “Caminho dos Gigantes” e o longa-metragem “O menino no espelho”
Sábado
Curta-metragem “A Luta”, longa-metragem “O Filho Eterno”
Domingo
curta da oficina de animação produzida em União dos Palmares AL (2018), curta-metragem “Salu e o Cavalo Marinho”, longa-metragem “Zootopia”
2019. Cine Ipanema - 70 anos - 1949/2019. Para conhecer a história acesse o blog memória do Cine Ipanema. (Clique para ler)
João Neto Felix Mendes, organização.
Publicação de abril de 2019 e revisada em dezembro de 2020
Grande e valiosa reconstituição da memória cinematográfica, tendo como palco/cenário Santana do Ipanema. Bravo!
ResponderExcluirObrigado Fernando, pelos comentários e presença fiel neste espaço.
ExcluirPuxa vida, João, está muito bom. Você relembrou tudo
ResponderExcluirObrigado Bartô pela leitura e comentários.
ExcluirExcelente
ResponderExcluirValeu!!
ExcluirExcelente material sobre a presença do cinema na história cultural de Santana. Parabéns
ResponderExcluirRomero, nós que agradecemos a você pela preservação da memória do Cine Ipanema e de Seu Zé Francisco, o pioneiro. O blog que você criou é maravilhoso, rico em história e em documentação. É leitura obrigatória para quem gosta de cinema. Não me canso de divulgar. https://memoriacineipanema.blogspot.com/
ExcluirCaro João Neto, muito obrigado pela divulgação do nosso blog. Também estou compartilhando esse profundo estudo/pesquisa que vc fez e publicou neste portal. Para mim foi uma grata surpresa saber que Emanuel Cavalcanti, o célebre "Cavaco", ator extraordinário do bom cinema brasileiro é conterrâneo do meu pai Zé Francisco( quem sabe não tenha ele frequentando o Cine Ipanema na sua primeira infância?).
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