Foto: Imagem primitiva de Senhora Santana trazida pelo Padre Francisco Correia em 1787. Escultura restaurada. |
Segundo informações da Wikipédia enciclopédia livre,
“os dados biográficos que sabemos sobre os pais de Maria foram legados pelo protoevangelho de Tiago, obra citada em diversos estudos dos padres da igreja oriental, como Epifânio e Gregório de Níssa.
Sant'Ana,
cujo nome em hebraico significa graça, pertencia à família do sacerdote Aarão e
seu marido, São Joaquim, pertencia à família real de Davi.
Seu
marido, São Joaquim, homem pio fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter
filhos. Mas Sant’Ana já era idosa e estéril. Confiando no poder divino, São
Joaquim retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do
Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Tendo voltado
ao lar, o casal se encontra à porta dourada de Jerusalém e, algum
tempo depois, Sant’Ana ficou grávida. A paciência e a resignação com que
sofriam a esterilidade levaram-lhes ao prêmio de ter por filha aquela que havia
de ser a Mãe de Jesus.
Os autores medievais vêm no seu beijo casto no encontro na porta dourada o momento da imaculada concepção de Maria. Segundo
outras versões, preferidas pelos dominicanos e outros maculistas, não há nenhuma
sugestão de que Maria tenha sido concebida de outra forma que não a biológica
normal após a reencontro dos seus pais.
Eram
residentes em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a
Basílica de Santana; e aí, num sábado, 8 de setembro do ano 20 a.C.,
nasceu-lhes uma filha que recebeu o nome de Miriam, que em hebraico significa
"Senhora da Luz", passado para o latim como Maria. Maria foi
oferecida ao Templo de Jerusalém aos três anos, tendo lá permanecido até os
doze anos.
Pelo
texto caverna dos tesouros, atribuído a Efrém da Síria, Ana (Hannâ) era filha
de Pâkôdh e seu marido se chamava Yônâkhîr. Yônâkhîr e Jacó eram filhos de Matã
e Sabhrath. Jacó foi o pai de José, desta forma, José e Maria eram primos.
São João
Damasceno, ao escrever sobre o natal, deixa claro que São Joaquim e Santa Ana
são os pais de Maria.
A devoção
aos pais de Maria é muito antiga no oriente, onde foram cultuados desde os
primeiros séculos de nossa era, atingindo sua plenitude no século VI. Já no
ocidente, o culto de Santana remonta ao século VIII, quando, no ano de 710,
suas relíquias foram levadas da terra santa para Constantinopla, donde foram
distribuídas para muitas igrejas do ocidente, estando a maior delas na igreja
de Sant’Ana, em Düren, Renânia, Alemanha.
Seu culto
foi tornando-se muito popular na idade média, especialmente na Alemanha. Em
1378, o papa Urbano IV oficializou seu culto. Em 1584, o papa Gregório XIII
fixou a data da festa de Sant’Ana em 26 de julho, e o papa Leão XIII a estendeu
para toda a Igreja, em 1879. Na França, o culto da mãe de Maria teve um impulso
extraordinário depois das aparições da santa em Auray, em 1623.
Tendo
sido São Joaquim comemorado, inicialmente, em dia diverso ao de Sant’Ana, o papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de
Maria, mãe de Jesus.”
Relatos da
terceira edição do “Escorço Biográfico do Missionário Apostólico Padre
Francisco Correia”, organizada pelo portal Maltanet, publicado em 2012, com o
prefácio do professor Dr. José Marques Melo (1943-2018), dão conta das seguintes proposições: “Endossando a tese proveniente da história oral, disseminada pelo
cônego Theotônio Ribeiro(1855-1929), afirma-se que, até que surjam documentos que a contradigam: o fundador da cidade de
Santana do Ipanema foi o evangelizador Padre Francisco Correia porque deu
início ao processo de povoamento do local.
Tudo começou quando o missionário ergueu uma
capela em honra à Sant’Ana, nas adjacências da foz do riacho Camoxinga,
afluente do rio Ipanema, nos limites da fazenda de criação de gado de propriedade
do sertanista Martinho Rodrigues Gaia, com a sua ajuda financeira.”
“Quando o padre Francisco Correia chegou à ribeira do Panema em 1787 para exercer o sacerdócio, trouxe consigo imagens de Senhora Santana e São Joaquim, diretamente da Bahia, a pedido de Ana Tereza, esposa de Martinho Rodrigues Gaia, primeira devota de Sant’Ana da ribeira do Panema, dando início ao que seria uma das mais importantes festas religiosas do interior de Alagoas, celebrada com muito fervor e devoção pelos santanenses.”
De acordo com os registros o Padre Francisco Correia somente passou a residir definitivamente na localidade 25 anos depois. Nesse ínterim, dona Ana Tereza foi a principal guardiã da devoção e das festividades a Senhora Santana, não obstante seu nome não conste da história escrita, o que é uma grande injustiça.
Segundo informações
de Luiz Maurício Bulhões, sobrinho do Padre Bulhões (1886-1952), o hino à
Senhora Santana foi composto a pedido do padre a duas personalidades que sempre frequentavam à festa da padroeira. A letra foi escrita pelo Cônego Theófanes Augusto
de Barros, amante da cultura. Ao musicista Joaquim Costa, organista da Barra de
São Miguel, foi encomendada a melodia. Provavelmente a estreia do hino
foi por ocasião das festividades do ano de 1946. Estava em andamento a segunda
e grande reforma da igreja Matriz tendo como mestre de obras o senhor Antônio
Torres Galindo, conforme relato do neto Luiz Carlos Galindo.
Igreja após a segunda grande reforma iniciada pelo Padre José Bulhões e concluída pelo Padre Fernando Medeiros em 1947. |
Padre
Teófanes Augusto de Araújo Barros (1912-2001), Lagense, era escritor, poeta, filosofo e
poliglota, dentre outros atributos. Foi professor da Universidade Federal de
Alagoas, tendo contribuído para fundar a Faculdade de Filosofia em 1950.
Dirigiu a UFAL e fundou, à época, o Centro de Estudos Superiores de Maceió –
CESMAC, para oferecer aos trabalhadores a opção de terem acesso ao ensino
superior no período noturno.
Também
foi um dos fundadores do Conselho Estadual de Educação, do Sindicato dos
Professores, do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Alagoas, da
Associação das Escolas Católicas de Alagoas. Foi membro da Academia Alagoana de
Letras, da Academia Maceioense de Letras e do Instituto Histórico de Alagoas.
No livro comemorativo dos 60 anos de Ginásio Santana, está registrada outra passagem marcante do padre Teófanes, descrita assim: “A história do Ginásio Santana, atualmente Colégio Cenecista Santana, conta em sua ata de fundação do diretório municipal de Santana do Ipanema, da Campanha Nacional de Educandários Gratuitos que, no dia 20.07.1949, enfrentando a poeirenta estrada e, após muitas horas de viagem, chegava a Santana do Ipanema o padre Teófanes Augusto de Barros Araújo. O sertão alagoano ouvia falar pela primeira vez em Campanha Nacional de Educandários Gratuitos. Estava fundado o Educandário.” Fundou-se a longeva instituição de ensino denominada “Ginásio Santana” que tem prestado relevantes serviços ao povo santanense.
Joaquim Costa, apelidado de “Quincas” era músico e compositor, nascido na Barra de São Miguel. Estudou na tradicional cidade de Marechal Deodoro que mantém o prestígio e tradição musical, faleceu em 31.05.1991. Foi professor de música no seminário diocesano de Maceió, inclusive teve entre os seus alunos o professor e historiador santanense Tobias Medeiros, conforme seu depoimento.
Celebrações dos 180 anos da Paróquia de Senhora Santana e São Joaquim em 2016 |
Altar primitivo construído pelo Padre Manoel Capitulino de Carvalho entre 1912 e 1918 |
Altar reformado a partir de 1982, com a reconstrução do interior da matriz. |
(Letra Padre Theófanes
de Barros e Música de Joaquim Costa)
Para ser mãe da virgem Maria
Vós brilhais com fulgor sempiterno
No esplendor que do céu irradia
Recebeis filiais corações
Derramai de lá do céu
Graças mil sobre os nossos sertões {Refrão}
Vossa glória da virgem dimana
Protegei-nos Senhora Santana
Nossa terra a vos é consagrada
Padroeira de nossa cidade
Ajudai-nos em nossa jornada
Protegei-nos avó de bondade
(Refrão)
Vede avó de carinho e bondade
Como sofrem os vossos netinhos
Acolhei toda humanidade
Dispensai-lhes o vosso carinho
(Refrão)
Afastai-nos do mal ó Sant’Anna
Conduzi-nos ao reino dos céus
Nós queremos após luta insana
Contemplar a grandeza de Deus
parte 1 |
parte final |
Mais um documento de valor histórico, que precisa ser massamente disseminado entre os santanenses, para preservação da sua memória e tradição. Parabéns, João, por você ter essa função de guardião, e, principalmente, por fazê-la com uma Qualidade de primeira grandeza.
ResponderExcluirFernando, obrigado pela leitura frequente e comentário. Incentiva a produção de novos trabalhos.
ExcluirBelo trababalh Xará! Que Deus continue abençoando essa sua capacidade de ordenar os registros.
ResponderExcluirParabéns
Obrigado Xará. Amém !!!!
ExcluirParabéns pela pesquisa e obrigado pela publicação. Quanta riqueza de detalhes, parabéns
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